Berteck máquinas industriais

O uso de robôs está sendo cada vez mais explorado em diversas atividades. Uma das mais recentes é a aplicação de braços robóticos em montagens de móveis. A técnica foi desenvolvida porque o processo requer capacidades intuitivas para as pessoas, mas desafiantes para as máquinas.

Descobrir quais peças se encaixam e o que utilizar para mantê-las fixas equivale a um grande enigma, que exige uma sequência de movimentos delicados e firmes. Em qualquer linha de montagem, é essencial preparar muito bem um robô industrial para as tarefas cotidianas.

Em artigo publicado essa semana na revista científica Science Robotics, investigadores da Nayang Technological University, de Singapura, descrevem como conseguiram ensinar um par de braços robóticos a montar uma cadeira da Ikea. O método envolveu câmeras 3D, que foram utilizadas para identificar e monitorizar a posição de cada uma das peças, e um conjunto de sensores de força, que garantiam que nenhuma peça fosse manuseada de forma errada. A montagem demorou cerca de 20 minutos, e o resultado foi melhor do que os testes do Massachusetts Institute of Technology, com o IkeaBot.

Outro aspecto importante é que este projeto não criou peças específicas para que a tarefa fosse desempenhada de forma consistente, ao contrário do que aconteceu com a equipe do MIT. Isto significa que, neste caso, os braços robóticos não precisaram ser modificados para completar o desafio.

Apesar do bom desempenho, existe espaço para melhorar. De acordo com um dos investigadores envolvidos no projeto, Francisco Suárez-Ruiz, a meta é tornar estas máquinas totalmente autônomas. Desta vez ainda foi necessária uma pequena ajuda, as peças foram modeladas e renderizadas em padrões virtuais tridimensionais e carregadas no sistema dos robôs com as instruções necessárias para a montagem.

A equipe acredita que em breve será possível tratar deste processo com um simples scaner das peças e do manual. Suárez-Ruiz defende que, no futuro próximo, robôs como este devem desempenhar um papel central na realização de tarefas perigosas e difíceis. O investigador ainda acrescenta que existem muitas indústrias onde estas capacidades seriam úteis, como a de logística ou de embalagem.