Mudança de comportamento na era da indústria 4.0
03/08/2018
O imediatismo com o qual resolvemos pendências diárias e buscamos informações para facilitar nossa vida nos centros urbanos gerou novos hábitos e alterou o modo como as pessoas utilizam a tecnologia. Antes dos deslocamentos, por exemplo, pegamos o smartphone e o conectamos a um aplicativo de mobilidade para verificar o trânsito, as rotas e o tempo previsto até o destino. Sem perceber, mudamos a forma de interação com a cidade.
Uma cidade inteligente integra sistemas, infraestruturas e serviços, criando uma rede orgânica que resulta na melhoria da qualidade de vida dos seus habitantes. A busca para transformar esse conceito em realidade conta com o apoio de iniciativas que crescem e contribuem para a melhoria do todo.
Nesse sentido, é comum que utilizemos soluções inovadoras nas políticas públicas de segurança, mobilidade, educação e saúde, embora essas não devam ser destinadas exclusivamente a uma única área. É necessário, por parte dos entes públicos, uma orquestração das ações de planejamento urbano e de desenvolvimento de políticas públicas, alinhadas a uma participação colaborativa de toda a sociedade.
Das tecnologias associadas às smart cities, os semáforos inteligentes permitem o melhor escoamento dos veículos de acordo com as variações dos fluxos, com benefícios para o cidadão e para a administração pública. O mais evidente deles é a otimização de recursos, já que se torna desnecessário deslocar agentes de trânsito para ajustar manualmente cada aparelho. Por trás desse mecanismo, os semáforos geram dados valiosos para a tomada de decisões.
Outra evolução são as redes inteligentes de energia elétrica, ou Smart Grids, que automatizam o processo de distribuição e permitem o seu monitoramento em tempo real, de modo mais eficiente e seguro. É de grande valia tanto para a concessionária, que passa a identificar pontos de falhas e suas causas de imediato, quanto para os grandes consumidores, a exemplo do governo e grandes indústrias, que poderão acompanhar seu consumo real e a qualidade do serviço.
As transformações geradas pela indústria 4.0 exigem mudanças no comportamento daqueles gestores que ainda não perceberam a inovação e tecnologia como estratégias indispensáveis para o planejamento e desenvolvimento de suas ações. Por outro lado, os gestores que vêm acompanhando as novas tendências já estão promovendo adequações em suas organizações, de modo que elas estejam preparadas para as novas demandas tecnológicas da atualidade e aderentes às novas profissões que surgem nesse processo, aproximando-se cada vez mais das equipes técnicas, principalmente aquelas ligadas à tecnologia, para uma atuação conjunta e colaborativa na tomada de decisão.
As cidades brasileiras estão avançando muito na implantação de soluções inovadoras e inteligentes. O próximo passo é evoluir na integração de sistemas e dados, o que proporcionará um impacto de valor imensurável para que a gestão pública entregue um melhor serviço aos cidadãos. Uma cidade será mais inteligente na medida em que a interação com o cidadão seja capaz de tornar a sociedade mais igualitária, produtiva e democrática.
Correio (edit)